quinta-feira, 5 de abril de 2012

O homem de turbante verde

 




















·         Um pouco sobre o autor…
Mário Costa Martins de Carvalho (Lisboa, 25 de Setembro de 1944), é um romancista, contista, dramaturgo e argumentista português.
Integrou a direcção da Associação Portuguesa de Escritores, durante as presidências de David Mourão-Ferreira (1984-1986) e Óscar Lopes (1986-88).
Foi professor convidado da Escola Superior de Teatro e Cinema e da Escola Superior de Comunicação Social durante vários anos. Orientou pós-graduações em escrita de teatro na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e várias oficinas de escrita de ficção.



·         Sinopse e comentário (no próprio livro)…
“Cenários evocadores dos nossos dias enlaçam-se com os destinos de uma juventude confrontada com perplexidades e dilemas de um tempo histórico ainda recente. Percursos aventurosos numa África irreal, toda feita de caprichos literários, vão de par com histórias sombrias, cheias de inquietação e susto.A ironia afável conjuga-se com a crueldade. Uma estranheza, ora inquietante ora divertida, acompanha o delírio mais inesperado. Uma linguagem que aposta na clareza, sem fazer quaisquer concessões ao facilitismo.O HOMEM DO TURBANTE VERDE: Contos longos, com fôlego. Quatro secções, quatro olhares, quatro vozes, traços de mistério, de fantasia, de atribulação, de crueldade. E alguns ecos de uma geração que se bateu, digna e desassombradamente, por um mundo melhor. Mas não serão, afinal, todos os lugares da ficção lugares mágicos?”

·         A minha opinião sobre o livro…
Avalio esta obra com 4 estrelas, uma vez que não se insere no meu estilo de obras preferido. Contudo aconselho a sua leitura a todos aqueles que gostarem de contos, porque nesse género de escrita é um livro surpreendente e apelativo. Na minha observação ao livro falarei dos seus pontos de interesse, pondo um pouco de parte o estilo da obra, o qual como já referi não é dos meus favoritos.
Este livro é contituído por dez contos, todos diferentes e sem ligações com os restantes, daí ter como ponto de interesse a leitura que não precisa de ser seguida, pois todos os contos são independentes. Para além disso é um livro de curta extensão o que permite uma leitura mais rápida e fluída, o autor utiliza uma linguagem clara e acessível, o que torna esta obra agradável. Contudo, esta linguagem tem, por vezes, uma interpretação difícil, o que torna mais complicada a compreensão de cada conto.
Para além destes pontos podemos ainda considerar como vantagem da obra, a existência de uma descrição moderada, o que é óptimo para os leitores, pondendo seguir a história e ao mesmo tempo imaginar os pormenores e as suas próprias personagens. A somar a isto, temos a existência do narrador em primeira pessoa na maioria dos contos, o que torna o leitor mais atento e mais ligado à história, sentindo-se como a personagem principal. Por fim ainda relacionado com autor podemos identificar como vantagem do livro o tom irónico, por vezes humorístico com que as histórias são contadas, o que torna a leitura mais apelativa.
Como não poderia deixar de ser a intriga de um livro é sempre um ponto fulcral e tido como um ponto de interesse da sua leitura, logo também a intriga é importante nesta obra. A intriga varia de conto para conto, sendo em alguns mais cativante que noutros. Os contos que mais gostei foram: “Na terra dos Makalueles”, “O celacanto”, “A contaminação” e “A longa marcha”. O primeiro “Na terra dos Makalueles” é um conto interessante que nos mostra o que as pessoas são capazes de fazer para obter aquilo que desejam. É de realçar o homicídio sem remorsos, os enganos, a sedução e o poder de manipulação. É um conto que nos transmite novos conhecimentos acerca de África, dos seus territórios, dos seus povos. Entendo esta história como uma crítica à ganância, pois todos ansiavam por se apoderarem das estatuetas, não olhando a meios para atingir os seus fins. Já “O celacanto” e “A contaminação” são histórias mais cómicas e fantasiosas. Gostei particularmente de “A contaminação”, pois o final é surpreendente, uma vez que nunca pensámos que uma conversa casual, que nem é muito natural para o protagonista, o leva a descobrir a história de vida do seu locutor, e que no fim tudo aquilo faça agora parte da sua vida. É realmente uma história muito engraçada e que vale a pena ler. Por fim “A longa marcha” é uma história já mais emotiva e tocante, pois é uma crítica à frieza, à crueldade das pessoas para com os outros. Esta história suscitou-me particularmente a reflexão sobre a realidade, porque é usual encontrarmos pessoas que passam ao lado, ignoram e chegam mesmo a afastar-se das pessoas que precisam de ajuda, ignorando-as completamente. É chocante principalmente a parte em que a rapariga da bicicleta decide ficar a ver o homem a ser morto pela grua da pedreira, enquanto teve oportunidade de o ajudar. A personagem que mais me marcou neste conto foi o cão, uma vez que esteve sempre ao lado do homem, e apoio-o como podia, incentivando-o a continuar, ao contrário dos seres racionais, ele esperou, ajudou e esteve sempre presente para o homem, e acima de tudo sofreu quando soube que o seu fim estava próximo. Penso que no nosso dia-a-dia devemos valorizar os animais, devemos tratá-los bem, porque eles estão sempre lá, ao contrário das pessoas, que tanto podem estar como não.
Em jeito de conclusão quero realçar apenas que este livro alarga os nossos horizontes, trazendo-nos novos conhecimentos em termos geográficos e em termos sociais, uma vez que também é um livro que nos leva a reflectir e pode mesmo alterar a nossa visão acerca do mundo, apesar das histórias contadas serem fantasiosas. Para mim estes conhecimentos e estas refleções são pontos importantes do livro que tornaram a minha leitura mais agradável e interessante. 

Ilha Teresa



·         Um pouco sobre o autor…
Richard Zimler (Roslyn Heights, Nova Iorque, 1956) é um jornalista, escritor e professor norte-americano naturalizado português.
É formado em Religião Comparativa pela Universidade de Duke (1977) e mestre em Jornalismo pela Universidade de Stanford (1982). Depois de se formar, trabalhou durante oito anos como jornalista na zona administrativa da Baía de São Francisco. Radicou-se em Portugal em 1990, residindo desde então na cidade do Porto. É actualmente professor catedrático na Universidade do Porto, lecionando disciplinas na área do Jornalismo. Obteve a nacionalidade portuguesa em 2002.
Richard Zimler já escreveu vários romances, com os quais já ganhou diversos prémios literários.

·         Sinopse (retirada do próprio livro)
“A vida de Teresa muda radicalmente quando os pais deixan Lisboa para irem viver em Nova Iorque. Não estando preparada para a vida na América, com dificuldades para se exprimir em inglês, Teresa encontra refúgio no seu particular sentido de humor e no único amigo, Angel, um rapaz brasileiro de 16 anos, bonito, mas desastrado, que adora John Lennon e a sua música. Mas o mundo de Teresa desmorona-se completamente quando o pai morre e a deixa, a ela e ao irmão mais novo, com uma mãe negligente e consumista.
Os problemas de Teresa confluem para um clímax de desespero no dia 8 de Dezembro de 2009-aniversário da morte de Jonh Lennon-quando ela e Angel fazem uma peregrinação ao Memorial Strawberry Fields Forever em Central Park. Aí, um terrível acontecimento que nunca poderia ter previsto devolve-a à vida e ao amor.”

·         A minha opinião sobre o livro…
“Ilha Teresa” de Richard Zimler é um livro bastante dinâmico e interessante, numa escala de 1 a 5, avalio-o com 4 estrelas e aconselho a sua leitura a todos os adolescentes que de algum modo se sente “estranhos”, pois na realidade esta é a fase da nossa vida mais “esquisita”.
Existem inúmeros pontos de interesse nesta obra, tentarei no meu comentário enumerá-los e explicar o porquê de me chamarem a atenção. Antes de mais falarei na intriga, Richard Zimler consigui-o criar uma história cativante e atraente em volta da vida de uma estudante imigrante Teresa. A personagem que mais me fascinou nesta obra foi Teresa, é evidente esta escolha, pois toda a história racaí sobre si e é-nos dada segundo o seu ponto de vista. Teresa começa por ser uma personagem meio perdida num mundo novo para ela, os Estados Unidos, mas com o tempo acaba por encontrar lá a sua nova casa. Com a sua história o leitor cria uma ligação com ela que vai desde os seus momentos mais depressivos até ao seu mais alto pico de felicidade. Como em todas as histórias existem momentos que nos marcam. Não querendo fugir à regra irei enumerar dois que me tocaram. O primeiro foi quando Teresa no campo de basquetebol vendo o Angel a ser gozado pelos colegas, toma uma decisão romântica e defende-o atirando um batom que tinha sido endereçado a Angel. Este momento é curioso, pois Teresa nunca antes tinha mostrado ser tão destemida, no sentido de proteger sem pensar nas consequências, aqueles que mais ama. Estas constantes surpresas na atitude das personagens são pontos de interesse deste livro, e são um dos principais motivos que mantém o leitor interessado na sua leitura. O outro momento que me tocou pela emoção e pela mudança que iria trazer a todas as personagens foi quando Pedro, o irmão de Teresa, acaba no hospital depois de tomar uma excessiva quantidade de valium e de vodka, e que o deixa em risco de vida. Este momento é bastante emotivo, pois Teresa planeava suicidar-se, contudo antes de o poder fazer o seu irmão decide experimentar a mistura fatal. Teresa sente-se então culpada pelo estado do seu irmão, enquanto toda a sua família teme a sua morte. Adorei esta parte da história, porque com esta atitude de Pedro toda a história muda, tudo o que estava errado começa agora a melhorar, e a trazer de novo esperança a esta família disfuncional. Este momento é o clímax da obra e o ponto de viragem de uma história que parecia ser envolvida por um tal azar e melancolia do qual nunca se iria recuperar, mas finalmente Teresa encontra alguma alegria, trazendo uma ponte a esta ilha Teresa que se encontrava quase submersa.
É também na existência de um narrador que conta a história em primeira pessoa que a ligação àquela personagem se torna mais forte, sendo esta uma das chaves de sucesso desta obra. O narrador é pois a protagonista da história, e ao lermos aquilo que escreve sentimo-nos na sua pele, deixamos também nós o nosso mundo e entramos na ilha Teresa, onde somos chamados a agir e a perceber o que se passa neste mundo. Com esta ligação à protagonista é fácil sentirmo-nos tristes, magoados, felizes ou irritados com o que se passa, porque nos sentimos como ela, sentimos que somos a Teresa. Além do mais, ao ter eu 16 anos e ser uma adolescente como a Teresa, vejo-me perfeitamente na sua pele e entendo, melhor do que ninguém aquilo que sente. Para mim esta ligação à personagem principal é o ponto de maior interesse neste livro, sendo o motivo, porque me fez gostar de o ler e de aconselhar a sua leitura principalmente a adolescentes.
Por outro lado é também importante a descrição existente no livro, não sendo nem excessiva, nem diminuta, está presente na quantidade certa, de modo a permitir-nos imaginar e ao mesmo tempo termos algo que nos guie para que nos seja possível entender a história. A somar a esta descrição bem pensada, existe também o tom humorístico como nos são contados os factos que torna a leitura mais agradável e apelativa.
De seguida soma-se ao rol de aspectos positivos e cativantes do livro os conhecimentos do mundo que com ele aprendemos. A cidade de Nova Iorque fica-nos então um pouco mais familiar, sentimo-nos mais perto e mais conhecedores da realidade das escolas dos Estados Unidos da América e da socialização que lá existe. Para além do mais, as frases e palavras em inglês presentes no livro, alargam a nossa cultura linguística, aprendendo desta forma novos vocábulos e expressões. Ficamos também a par das dificuldades de integração num novo país, levando-nos a pensar sobre todos aqueles portugueses que deixaram o seu país em busca de novas oportunidades.
Por fim acrescento apenas as reflexões que me foram suscitadas aquando da leitura do livro. Um dos temas do livro que suscita esta reflexão é a homossexualidade e a rejeição a que estas pessoas estão sujeitas quando se assumem ou dão a entender que se sentem como tal. É ainda hoje um assunto polémico e visto por muitos como tabu, na minha opinião não devem existir assuntos tabus, porque é necessário haver discussão de ideias para que se chegue a alguma conclusão, seja sobre o que for. Contudo, não se pode dizer que os homossexuais sejam aceites na sociedade tão facilmente como os heterossexuais, porque na realidade não o são. Penso também que a ida do Angel para uma escola de homossexuais mostra bem esta diferença, cria-se assim uma separação entre as duas orientações sexuais e esta é evidente. Na minha opinião devemos aceitar as pessoas como elas são, pois o nosso mundo será sempre multicultural a todos os níveis, e não há forma de o mudar. Por outro lado, reflecti sobre a morte e os efeitos que uma morte súbita e inesperada pode trazer àqueles que estavam mais próximos daquele que morreu. A Teresa sofreu bastante com a morte do pai, e penso que mesmo no fim do livro ainda não tinha superado totalmente aquela perda, e que provavelmente nunca a superará, pois é muito difícil esquecer aquilo que se viveu e principalmente com quem se viveu. Por último apercebi-me do importante que é termos alguém que nos apoie, que esteja ao nosso lado, que nos compreenda e que principalmente goste de nós. Sem este apoio do Angel, do Pedro, do tio Mickey e mesmo da mãe, Teresa nunca teria desistido do suicídio e nunca teria voltado a ser feliz. Penso que é importante estarmos atentos aos que nos rodeiam e estarmos sempre prontos a ajudar quem precisa de nós, principalmente se estes precisarem da nossa amizade e do nosso amor e não de bens materiais.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Quinta dos Animais



  • Um pouco sobre o autor...
 Eric Arthur Blair (Motihari, 25 de Junho de 1903 – Londres, 21 de Janeiro de 1950), mais conhecido pelo pseudónimo George Orwell, foi um escritor e jornalista inglês. Sua obra é marcada por uma inteligência perspicaz e bem-humorada, uma consciência profunda das injustiças sociais, uma intensa oposição ao totalitarismo e uma paixão pela clareza da escrita. Apontado como simpatizante da proposta anarquista, o escritor faz uma defesa da auto-gestão ou autonomismo. A sua crença no socialismo democrático foi abalada pelo "socialismo real" que ele denunciou em Animal Farm (A quinta dos animais).

  • A meio do livro...
Encontro-me agora no 2º capítulo na página 33 do livro “A quinta dos animais” de George Orwell. Estou a gostar bastante do livro apesar das poucas páginas que li, uma vez que é engraçado percebermos que também os animais domésticos podem estar descontentes com a sua vida, pode-se sentir usados pelos humanos. Como aprecio a inteligência e a perspicácia, interesso-me pelas várias estratégias usadas pelos escritores para fazerem críticas sociais. Deste modo, penso que Orwell foi bastante astuto ao inventar esta história, pois pegou num exemplo do nosso quotidiano que permite uma fácil interpretação dos ideais que pretende transmitir. Fiquei muito contente com a revolução dos animais da quinta e estou ansiosa para saber qual será agora o seu futuro, pois apesar de animais com capacidades sempre estiveram habituados a obedecer ao homem e são dependentes deste. Espero que os animais se consigam organizar e que o seu “animalismo” resulte, contudo tenho as minhas dúvidas pois como estes representam os humanos, e este livro uma crítica social penso que os porcos se tornarão tiranos e do “animalismo” passarão à “ditadura animal”. Este tiranismo poderá acontecer, pois infelizmente como deu para perceber pelos cavalos, estes submetem-se às ideias dos porcos sem se questionarem, e como em qualquer “sociedade” existe sempre uma minoria a aproveitar-se de uma maioria que nada faz para mudar a situação. Mas pronto, a verdade é que não sei o que vai acontecer, por isso volto à leitura para mais tarde voltar a comentar e perceber “se acertei na maçã, ou se por outro lado matei o homem”.   

Após a leitura
Posso então afirmar que felizmente “não matei o homem”, parece que poderei comer a maçã, uma vez que as minhas expetativas foram cumpridas. Assim como tinha pensado, realmente os porcos tornaram-se tiranos e conseguiram exceder a exploração e o abuso dos humanos aos animais. 

  • A minha opinião...
Gostei bastante desta fábula avaliando-a com 5 estrelas, por esta razão aconselho a sua leitura a toda a gente, uma vez que fala da nossa sociedade e mostra-nos os nossos sistemáticos erros, e é mesmo como se nos retratasse numa história, ou seja, é como se analisasse-mos as nossas atitudes (a nossa postura) na sociedade.
A intriga deste livro é bastante cativante, sendo este um aspecto de interesse na obra. Um dos momentos que mais me marcou nesta história foi o momento da rebelião, pois sem grandes planos os animais descontentes revoltaram-se e instauraram o “animalismo”. Este foi um grande passo para os animais da quinta, pois conseguiram vencer os seus medos e revoltar-se contra a “ditadura” em que viviam. Como a história que mais conheço é a história portuguesa, associo um pouco esta rebelião dos animais ao 25 de Abril português. Contudo como aconteceu a Portugal, também aos animais esta revolução acabou por não ser exatamente aquilo que esperavam, perderam o que pensavam ser o pior ditador, mas ganharam um ainda mais autoritário. Pois a pouco e pouco os porcos foram-se tornando como que humanos, mas o seu poder de persuassão era tal, que os animais ainda faziam mais sacrificios com esses a governar do que com o próprio homem. Por outro lado comparo também esta rebelião dos animais à instauração da República portuguesa. Como é evidente vemos que a república traz muitas mais vantagens ao país, teoricamente, mas na realidade, na prática, esta não é bem aplicada o que causa descontentamento na população. Contudo ao longo dos anos, assim como os animais, os cidadãos foram comparando a república à monarquia e percebiam que na realidade era melhor, e todo o sacrifiício era preferível ao voltar às ordens de uma família real. Todavia ao longo dos tempos a situação foi-se agravando e começaram-se a não se encontrar tantas diferenças entre os dois regimes, mas a população orgulhava-se de pelo menos não trabalhar em prol de uma corte que não tem em conta os seus interesses, e ganhava alento para continuar. Na realidade esta república vai-se parecendo cada vez mais com a monarquia, mas a verdade é que as pessoas também já não se lembram de como era a monarquia e acreditam na voz dos seus governantes quando dizem que “não, a monarquia era muito pior”. Contudo este dia da revolução, o dia em que tudo mudou vai-se esquecendo, é importante para os governantes que assim o seja para que a comparação não seja feita e ao fim e ao cabo não se repara que está tudo igual, senão pior. Este esquecimento é tão importante que sendo o dia 5 de Outubro o dia memorável por uma mudança de regime, e como tal feríado nacional, deixa de o ser. Acaba-se com este dia tão importante e que tanta diferença trouxe ao país. Será que este dia era assim tão importante?, será que existem assim tantas diferenças?, será que ainda vale a pena o seu festejo?, estas são as minhas dúvidas. As quais gostaria de ver respondidas e que esta ideia que tenho me fosse tirada da cabeça, porque eu não quero crer que um dia que levou à morte de um rei português e do seu descendente, e foi tão importante para mudar a vida de todo um povo que queria na justiça, na igualdade e na liberdade fosse como que apagado da história, pois na realidade não se mudou para melhor, mas apenas a cara daqueles que exploram o povo.
Outro dos momentos que me marcou e me revoltou bastante foi quando Tagarela foi encontrado tombado com tinta na mão e uma escada partida em frente da inscrição dos sete mandamentos dos animais, o que me transcende é a acomodação dos restantes em relação àquilo que vêem. Por outras palavras ou não atingem aquilo que esta acontecer, não percebendo que estão a ser manipulados (que os sete mandamentos inicialmente acordados por todos os animais estão a ser alterados conforme convém mais aos porcos), ou mesmo que percebam deixam-se manipular e nada fazem com receio de retaliações. Mas o que mais me espanta é que esta coragem que os animais nesta altura não mostraram, tiveram-na contra o homem, revoltaram-se e conseguiram atingir o seu objetivo. Então interrogo-me porque não o fizeram agora, esta atitude deixa-me extremamente revoltada, porque como os animais nós, os humanos, na nossa sociedade nada fazemos para combater a injustiça e a manipulação daqueles que se acham superiores, e pior que isto como disse Orwell não percebemos que se nos juntarmos temos muita mais força que esses governantes e conseguimos com certeza atingir o nosso objectivo. Entendo quando se diz que é necessária uma liderança, pois para haver organização alguém tem de tomar a iniciativa, mas porque não juntar a voz de todos, porque não eleger alguém que modere um debate, que este ocorra com todos os cidadãos e dé voz a todos aqueles que tenham ideias e com o senso comum se chega a uma solução generalizada. Como já referi, apesar de não explicitamente, este livro é marcante e interessante pois faz-nos reflectir sobre a realidade humana, a nossa sociedade e a maneira como organizamos a nossa vida. Ao mesmo tempo que pensamos nas injustiças e na falta de coragem dos cidadãos, em certas ocasiões, estamos a desenvolver o nosso espírito critico e a experimentarmos diferentes estados emotivos. 
Como este livro é pouco descritivo a sua leitura torna-se mais fácil e rápida o que a meu ver é um aspecto cativante da obra.
Outro dos motivos de interesse deste livro são os conhecimentos do mundo que dele advém, com ele ficamos a conhecer melhor a sociedade de Stalin, apesar de aqui representada por animais, mas a base era a mesma. Somos levados por isso, a entrar no mundo da política, do comunismo, do socialismo, como o nome indicava “animalismo” representava o stalinismo, uma espécie de socialismo, mas com a constituíção escrita apenas pelo governante russo Stalin. Com este livro Orwell critica esta sociedade, pois na realidade os ideais socialistas deixam de existir, na realidade a igualdade perante a lei, os direitos dos cidadãos deixaram de ser tidos em conta. Como é demonstrado durante todo o livro, Napoleão que representava Stalin arranjava sempre maneiras de persuadir o seu auditório, era um porco perspicaz, uma vez que discretamente impedia qualquer revolta, nunca dando oportunidade aos restantes animais de se oporem àquilo que era dito. Estas oportunas distrações, como as ovelhas a cantar, a ameaça dos cães eram feitas na altura certa, no momento ideal de maneira que sufucasse qualquer tentativa de motim. Quando por vezes, alguém tentava, mesmo assim, algo, Napoleão acusava-os de traição e condenava-os à morte. Foi o que aconteceu com Stalin impediu qualquer tentativa de restauração do comunismo. Todavia, penso que esta história pode ser generalizada, não representa apenas Stalin como também inúmeros ditadores que existiram em diferentes países, e que impunham a sua vontade acima de qualquer outra. Como já referi anteriormente, mesmo que não tão semelhante esta história pode ser comparada com o 25 de Abril português, o povo português revoltou-se contra um ditador António Salazar, uma vez que este não mantinha uma justiça em Portugal e constrangia bastante a liberdade dos cidadãos. Contudo, também nós, assim como os animais da quinta deixaram os “porcos”, nós permitimos que os nossos governantes nos manipulem e nada fazemos, a não ser criticar.
Como em todas as fábulas podemos daqui tirar uma moral, uma mensagem a transmitir, a meu ver acho que Orwell quis antes de mais que visse-mos a nossa própria figura, que tomasse-mos consciência que aos olhos dos governantes somos como que uns ignorantes que se deixam manipular e que apenas servimos para os enriquecer. Depois desta tomada de consciência temos de ver que não é assim que queremos viver, já chega de exploração, de tolerância, nós não somos ignorantes mas sim pessoas racionais e inteligentes e temos os nossos direitos, porque a vida foi-nos dada a todos e de igual forma. Penso que Orwell queria que estes ditadores, esta minoria tão insignificante fosse combatida e desta forma o mundo se tornasse mais justo, mais amigo e um pouco mais perfeito.

 Sete mandamentos iniciais
1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
2. Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.
3. Nenhum animal usará roupas.
4. Nenhum animal dormirá em cama.
5. Nenhum animal beberá álcool.
6. Nenhum animal matará outro animal.
7. Todos os animais são iguais.
 Mandamentos alterados
4. Nenhum animal dormirá em cama com lençóis.
5. Nenhum animal beberá álcool em excesso.
6. Nenhum animal matará outro animal sem motivo.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Os Maias



  •  Um pouco sobre o autor...
José Maria de Eça de Queirós (Póvoa de Varzim, 25 de novembro de 1845 — Paris, 16 de agosto de 1900) é um dos mais importantes escritores lusos. Foi autor, entre outros romances de reconhecida importância, de Os Maias e O crime do Padre Amaro; este último é considerado por muitos o melhor romance realista português do século XIX.

·          A minha opinião sobre "Os Maias"
Achei esta obra interessante avaliando-a 4 estrelas. Aconselho portanto a sua leitura a todos os portugueses, de maneira a conhecerem melhor a sua cultura e a evolução da sua sociedade, compreendendo melhor os vícios, os erros e, por outro lado, aquilo que ainda devia existir nos dias de hoje.
Este livro tem uma intriga cativante, contudo é um pouco descritivo demais, o que nos impede um pouco de usarmos a nossa própria criatividade para criarmos as nossas personagens e o cenário. Pois, na minha opinião a descrição é boa para nos dar as principais dicas para conhecermos o ambiente, tudo o resto deve ser criado pelos leitores. De resto a intriga é bem enredada e mostra diferentes perspectivas da sociedade.
Por outro lado, como as personagens são tão bem pormenorizadas também nos cria uma maior ligação com elas, tendo aqui o lado positivo da descrição. Gostei bastante da personagem Carlos da Maia, pois era um homem empreendedor e com objectivos na vida. Contudo, a personagem que mais me fascinou foi Afonso da Maia. Este apesar de perder a sua esposa, e mais tarde o seu filho, decide continuar a lutar e a educar o seu neto como um verdadeiro nobre e cavaleiro. Afonso da Maia era o patriarca da família e aquele com mais experiência de vida e sabedoria, sendo por isso o homem com mais personalidade e firmeza.
A minha atenção é captada durante a leitura deste livro em diferentes momentos. Como quando a esposa de Pedro da Maia o deixa e leva a sua filha com ela. Fiquei a pensar no que iria ele fazer, e qual seria o desenrolar da situação. Conforme os momentos da história passei por diferentes estados emotivos: senti-me alegre com as conversas entre Carlos e Ega; entristeci-me com o suícidio do Pedro, e com os amores proibidos da história tive por isso momentos mais e menos cómicos durante a leitura.
Uma das razoes que torna este livro acessível é a linguagem simples usada, esta facilita bastante a leitura, sendo este outro ponto positivo do livro.
Uma das coisas que mais me surpreendeu neste livro foi a intenção do autor em fazer com que cada personagem representasse um grupo, uma classe. Ou seja, Afonso representava os mais velhos e patriarcas, Carlos da Maia os jovens empreendedores com os seus amores e desamores. Alencar os poetas já com uma certa idade. O Eça, os poetas mais jovens e com mais ideias, e assim se passava com todas as personagens.


Como em todos os livros que li, identifico também neste vários conhecimentos acerca do mundo que me cultivam e me ajudam a entender melhor a sociedade da época. Através da descrição do autor consigo perceber a rotina dos nobres portugueses, consigo ver aquilo que valorizam e os princípios pelos quais se regem. Em relação a esta sociedade portuguesa podemos compará-la com a atual e identificar-lhe vantagens e desvantagens. Na minha opinião é de louvar o valor que era dado à educação, concordo plenamente com os ensinamentos em diferentes áreas às crianças, de modo a que estas tenham uma cultura geral que lhes permita falar de qualquer assunto com qualquer pessoa, o que muitas vezes não acontece nos dias de hoje. Contudo em relação aos ensinamentos religiosos, penso que devem ocorrer claro, mas no sentido das crianças aprenderem os valores religiosos, saberem distinguir o bem do mal, penso em que em termos de fé cada um deve decidir aquilo em que acredita e aquilo que mais força lhe transmite, não lhes deve ser imposta uma religião. Por outro lado, penso que o gasto excessivo de dinheiro em produtos luxuosos é desnessário. Este hábito da sociedade mais antiga poderia ser substituído, por exemplo por acções de solidariedade, pela promoção de exposições artísticas, entre outros hábitos. Todavia é de notar que na atualidade são gastas enormes quantias de dinheiro em objetos sem qualquer utilidade, sendo as coisas compradas simplesmente por impulso. Logo, pode-se concluir que apesar de antigamente se gastar muito dinheiro em produtos de luxo, normalmente estes iria ter alguma utilidade, em quanto os comprados hoje servem simplesmente para “encher a casa”. Com este livro conseguimos analisar também as relações amorosas da época, é de notar a ironia de todos serem bastante religiosos, mas na realidade o adultério ser algo muito usual, pois “os bastardos” eram tantos ou mais que os filhos legítimos dos homens. Por um lado era engraçado, para mim, ler que alguém era casado, mas estava apaixonado por outra pessoa, e por acaso era correspondido e então era como um segundo casamento. E não mais surpreendente acontecia o mesmo com a sua esposa, logo o lado nobre da sociedade era literalmente como uma grande família. Por outro lado sentia-me indignada com estas atitudes, uma vez que de pessoas que se diziam tão integras esta era uma atitude bastante rude.
Este conjunto de conhecimentos que advieram da leitura dos Maias suscitaram-me certas reflexões, nas quais me interrogava acerca da sociedade e da humanidade, ou seja levou-me a desenvolver os meus conhecimentos acerca de psicologia humana. Reflecti então sobre como os homens lidam uns com os outros, como é que se constrói uma sociedade e como é que esta é mantida. Como já referi anteriormente é necessário haver os patriotas aqueles que têm mais sabedoria e que são mais sensatos. Fazem falta também os poetas, os escritores, aqueles que comentam e denunciam os erros na sociedade; são necessários os jovens investidores que queiram revolucionar e inovar a economia, estimulando desta forma a sociedade. Estas reflexões foram também um dos pontos de interesse no livro, para mim.  
                                                                                                                                    (2011/12/14)


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Hotel Memória



















  • Um pouco sobre o autor
João Tordo nasceu m Lisboa e é filho do cantor Fernando Tordo e de Isabel Branco, desde cedo que é ligado ao cinema  mais tarde ligou-se à moda. É formado em filosofia e estudou em Londres e em Nova Iorque jornalismo e escrita criativa. Trabalhou como jornalista e guionista. Já publicou diferentes romances e já foi galardoado com o prémio jovens criadores e o prémio José Saramago.
João Tordo atrai os leitores para as suas obras, uma vez que encadeia várias narrativas, usa o carácter emocional e, para além disso utiliza nos seus romances o mistério.

  • Sinopse (na contracapa do livro)
"Onde termina a culpa e começa a expiação? Em Nova Iorque, um estudante apaixona-se por uma rapariga enigmática com quem vive uma intensa relação. Mas a morte desta, inesperada e violenta, enche o protagonista de culpa e remorso, lançando-o numa espiral descendente até o transformar num vagabundo, sem dinheiro e sem posses. Prisioneiro do Memory Hotel, um pardieiro na Baixa de Manhattan que parece destinado a albergar criaturas perdidas como ele próprio, é contratado por Samuel, um milionário excêntrico, para procurar um fadista português emigrado para os Estados Unidos quarenta anos antes.
Tendo Nova Iorque como pano de fundo, dos anos sessenta até ao presente, e criando a figura inesquecível de Daniel da Silva, o fadista que conquista Manhattan com o seu talento, Hotel Memória é, ao mesmo tempo, um romance de mistério e uma aventura nos meandros da condição humana - uma história simultâneamente intrigante e comovente, que lida com os fantasmas da memória, da culpa e da redenção."

  • A meio do livro...               
 " «Chamo-me Samuel»
    Sentou-se na cadeira oposta e olhou-me com desconfiança. Tentei não parecer nervoso, mas gotas de suor começavam a brotar na minha testa pálida. Era o mesmo homem que tinha estado no funeral da Kim, o mesmo que vira no restaurante"..."Ele enfiou a mão dentro do bolso e retirou um recorte de jornal, depois colocou-o em cima da mesa. Era uma página de classificados, e existiam vários anúncios sublinhados a tinta vermelha. Os anúncios eram de investigadores privados a oferecerem os seus serviços.
   «Há centenas de tipos em Nova Iorque que poderiam fazer o trabalho que lhe venho oferecer, como pode ver por esta página»
   «Porquê eu, então?»
   «Você é diferente.»
   «Explique-me.»
   «Em primeiro lugar, irá trabalhar pelo salário que eu lhe oferecer. Não está em condições de exigir nada.»"... "«...Trata-se de um caso extremamente delicado em que apenas um homem, por assim dizer, virgem no terreno, poderá ser bem sucedido.» "
                                                                    João Tordo, em Hotel Memória

     Este excerto do livro retrata-nos o momento em que Samuel contrata Ismael para um trabalho de investigação.
    Após já ter perdido tudo aquilo que valorizava: a sua amada Kim, a sua bolsa de estudo, o seu curso, e mais tarde o seu trabalho no Kim`s, Ismael sente-se perdido. Com o pouco dinheiro que lhe resta decide instalar-se no Memory Hotel e lá permanecer até o seu dinheiro acabar. Quando as suas posses se esgotam Ismael é confrontado com Samuel que lhe oferece uma proposta de emprego, na qual poderia fazer aquilo que sempre quis, ser detective.
   Quando terminei a leitura desta excerto, comecei a especular sobre qual seria a atitude do protagonista. Imaginei então a seguinte situação: Ismael provavelmente aceitará a proposta, primeiro porque não tem dinheiro e sem a ajuda de Samuel não conseguirá manter-se instalado no Memory Hotel; e segundo, Samuel continua a ser um mistério para Ismael, a sua relação com a sua amada Kim. Concluí então que seria inevitável para o narrador aceitar a proposta. Ao mesmo tempo comecei-me a questionar sobre o objectivo daquela investigação, o que quereria Samuel que Ismael investiga-se. Pelo que tinha lido na contracapa do livro, sabia que aquela investigação teria alguma coisa a ver com o fadista português desaparecido, talvez a sua descoberta, mas em concreto não sabia o que seria. Por outro lado, imaginei que fosse qual fosse o trabalho que Ismael ia fazer deveria ser o mesmo que Kim fazia, uma vez que Manuel tinha dito, anteriormente, a Ismael que ela tinha um trabalho misterioso e, como Samuel se encontrava no seu funeral deviam ter algum tipo de relação.
   Em relação ao final do livro espero que a relação entre Kim e Samuel seja desvendada, assim como o paradeiro do fadista português. E, por fim espero que Ismael encontre o seu lugar e se encontre a si mesmo de maneira a conseguir prosseguir com a sua vida.

  • A minha opinião sobre o livro...  
   Gostei bastante desta obra, avaliando-a com 5*, por esta razão aconselho a sua leitura a todas as pessoas que gostam de mistério, investigação e se interessam por conhecer o lado mais “negro” de Nova Iorque.
   A intriga é um dos pontos fortes deste livro, uma vez que é bem enredada e que envolve diferentes histórias, umas dentro de outras.
   Um dos momentos que mais me marcou foi a morte de Kim, uma vez que é a partir daí que a história realmente começa. Ou seja, é partir desse momento que Ismael tem de recomeçar a viver, e é durante esse percurso que se depara com diferentes realidades. Outro dos momentos que me surpreendeu foi quando Samuel foi ter com o narrador para o empregar. Sempre pensei que Samuel tivesse algo a ver com Kim, mas nunca me passou pela cabeça que Samuel tivesse interesse em contratar Ismael para desenvolver um trabalho começado por Kim. Daí este encontro ser bastante inesperado para mim, despertando-me uma certa curiosidade, em relação ao desenrolar da história.
   Ainda dentro da intriga são de realçar as personagens, uma vez que todas têm algo a contar, ou algo a esconder. Como é de prever a personagem que mais me marcou foi Ismael, por ser sobre ele toda a história e por lhe acontecer de tudo. Ele perde a sua amada, a sua bolsa, o emprego que conseguiu no Kim`s, leva uma tareia que o afectará para sempre, realmente é uma pessoa com pouca sorte.
   Esta obra é repleta de suspense e mistério, daí pertencer ao grupo de leituras que me atraíem, apesar de por vezes ter situações previsiveís através de informações já obtidas anteriormente.
   “Hotel Memória” tem uma vantagem para os leitores que não gostam de muita descrição, uma vez que não a tem em exagero, tem apenas a necessária para uma pessoa se poder localizar e imaginar o ambiente.
   Durante a leitura do livro passei por diferentes estados emotivos: “senti” a tristeza do narrador, alegrei-me com a felicidade de Ismael, houve momentos em que fiquei frustada e outros em que senti pena. Todos estes estados emotivos foram mais acentuados devido à escrita em 1ª pessoa que nos aproxima mais da história e da personagem, sendo mais este um ponto de interesse nesta obra.
   Atraíu-me particularmente os conhecimentos geográficos que obtive com este livro, uma vez que Nova Iorque é uma cidade que gostava de visitar, e ter conhecimentos dela é sempre agradável.
   Esta obra ajuda-nos a reflectir sobre o outro lado das grandes cidades, o lado que não é divulgado, que não aparece nos postais turisticos, mas que está lá e é a realidade para muitas pessoas. Faz-nos perceber um pouco o mundo da Máfia, de como os criminosos têm muito poder e podem fazer desaparecer quem lhes apetecer sem que sejam punidos, constituindo desta forma uma crítica social. Ao mesmo tempo, reflectimos sobre o voltar a viver, o conseguir ter de novo um objectivo na vida depois da morte de alguém muito querido e amado. Se é possível voltar ao mesmo, voltar a ter momentos felizes, é nisso que se centra esta história, Ismael vai procurando Daniel da Silva, mas ao mesmo tempo procura-se a si. Acho que estas reflexões são importantes, sendo uma possível atração do livro.

                                                                                             

quinta-feira, 16 de junho de 2011

As Dez Figuras Negras de Agatha Christie





















·   Sinopse...
Dez desconhecidos, que visivelmente nada têm em comum, são seduzidos pelo misterioso U. N. Owen a uma mansão numa ilha da costa de Devon. Durante o jantar, a voz do anfitrião invisível acusa cada um dos convidados de ocultar um segredo terrível, e nessa mesma noite, um deles é eliminado. A tensão aumenta à medida que os sobreviventes se apercebem de que não só o assassino está entre eles como se prepara para ir atacando uma e outra vez... O que se segue é uma obra-prima de terror. À medida que cada um dos hóspedes é assassinado, as suas mortes vão sendo "comemoradas" através do desaparecimento de uma de dez estátuas, as "dez figuras negras". Restará alguém para um dia contar o que se passou naquela ilha? Em "As Dez Figuras Negras", a Ilha do Negro, local sombrio e desde sempre habitado por enigmas, é palco de um bizarro e insensível meio de justiça, onde as vítimas se encontram encurraladas pelas circunstâncias e o assassino é invisível e omnipresente.

  • As peronagens...


·        Um pouco sobre a autora…

Dame Agatha Mary Clarissa Mallowan (Torquay, 15 de Setembro de 1890Wallingford, 12 de Janeiro de 1976), mundialmente conhecida como Agatha Christie, foi uma romancista policial britânica, autora de mais de oitenta livros. Seus livros são dos mais traduzidos de todo o planeta, superados apenas pela Bíblia e pelas obras de Shakespeare, com mais de 4 bilhões de cópias vendidas em diversas línguas.
Conhecida como Duquesa da Morte, Rainha do Crime, dentre outros títulos, criou os famosos personagens Hercule Poirot, Miss Marple, Tommy e Tuppence Beresford e Parker Pyne, entre outros. Agatha Christie escreveu também sobre o pseudônimo de Mary Westmacott.
Na minha opinião uma das melhores escritoras de todos os tempos.


 

·        A minha opinião sobre o livro…
Achei esta obra bastante interessante, avaliando-a com, por esta razão aconselho a sua leitura a todas as pessoas que gostam de uma história com mistério, terror e muita acção.
Esta obra “não nós dá muito descanso”, ou seja ficámos fascinados e tão envolvidos pela história que só descansamos quando o acabámos. Foi então a intriga a razão do meu interesse, os constantes homicídios e a desconfiança por todas as personagens sem qualquer tipo de provas. Admito, por isso, que de todos os policiais que li, este foi sem dúvida aquele que mais me intrigou.
Todo o livro é bastante interessante e chamativo, contudo houve momentos que me marcaram por razões específicas. Um desses momentos foi o primeiro jantar na mansão, uma vez que foi aí que o medo e a acção propriamente dita começaram, devido a uma ameaça muito estranha. Outro dos momentos que mais me marcou foi quando Philip Lombard e Vera Claythorne estavam totalmente desesperados, na praia desconfiando um do outro. É aí que com uma arma Vera mata Philip, e mais tarde enforca-se no quarto. Por fim, o momento que mais me surpreendeu foi o desfecho, ou seja, a confissão do juíz e a revelação de todos os mistérios. É nesta parte que me apercebi do que realmente se tinha passado e me dou conta, de que este homem fez o crime perfeito, uma vez que fez com que a sua morte parece-se ser um crime. Desta forma os polícias depararam-se com dez cadáveres e nenhuma expicação.
A personagem que mais me marcou foi o juíz, pois este teve a frieza e a imaginação para criar um plano tão complexo e de fazer justiça pelas próprias mãos, apesar de matar não ser a melhor forma de fazer justiça. Foi uma personagem muito bem criada, sendo um homem bastante inteligente e audaz.
Adoro a maneira como esta história é contada, uma vez que a linguagem usada é simples e a acção e o suspense são constantes. É esta uma das características que mais apercio nos livros de Agatha Christie o constante suspense, tentei durante todo o livro desvendar a identidade do assassino, mas acabava sempre por desconfiar, e logo a seguir descartar essa possibilidade. Posso então afirmar que o verdadeiro assassino me surpreendeu, uma vez que na minha opinião podia ser qualquer um.
Este livro leva-nos a reflectir sobre a mente humana, por muito civilizados que tentemos ser, em situações de sobrevivência é o nosso instinto que pervalece, a lei da Natureza, a nossa essência primitiva.

Na minha opinião, os policiais de Agatha Christie são maravilhosos, nós envolvemo-nos neles de uma forma bastante real. Tenho de admitir que leio os livros desta autora num dia, pois não consigo ficar sem saber quem é o assassino, nem como é que a história termina. Esta capacidade de nos prender à leitura é magnífica, pois as histórias parecem reais e põem o nosso raciocínio a funcionar, são policiais extraordinários e aconselho a sua leitura a todos os leitores que gostem de mistério.

·        O poema…
Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove;
Um deles se engasgou e então ficaram nove.
Nove negrinhos sem dormir: não é biscoito!
Um deles cai no sono, e então ficaram oito.
Oito negrinhos vão a Devon em charrete;
Um não quis mais voltar, e então ficaram sete.
Sete negrinhos vão rachar lenha, mas eis
Que um deles se corta, e então ficaram seis.
Seis negrinhos de uma colméia fazem brinco;
A um pica uma abelha, e então ficaram cinco.
Cinco negrinhos no foro, a tomar os ares;
Um ali foi julgado, e então ficaram dois pares.
Quatro negrinhos no mar; a um tragou de vez
O arenque defumado, e então ficaram três.
Três negrinhos passeando no zoo. E depois?.
O urso abraçou um, e então ficaram dois.
Dois negrinhos brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então ficou só um.
Um negrinho aqui está a sós, apenas um;
Ele então se enforcou, e não sobrou nenhum.

Seguindo a ordem deste poema inglês todos os visitantes daquela iha serão assassinados e no fim não sobrará nenhum.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O código Da Vinci



  • Um pouco sobre o autor...


Dan Brown (nascido a  22/​06/​1964) é um escri­tor ame­ri­cano de thril­lers, mais conhe­cido pelo livro de 2003 O Código Da Vinci. Os livros de Brown, caças ao tesouro que decor­rem num período de 24 horas, con­têm temas recor­ren­tes como a crip­to­gra­fia, cha­ves, sím­bo­los, códi­gos e teo­rias da cons­pi­ra­ção. Os seus livros já foram tra­du­zi­dos para mais de 40 lín­guas e em 2009 já tinham ven­dido mais de 80 milhões de cópias.




  • A meio do livro...
Neste excerto da obra as personagens deparam-se com a possível descoberta do Santo Graal tanto procurado pela humanidade. Esta descoberta despertou-me um maior interesse pelo livro, uma vez que poderia ver resolvido um dos maiores mistérios da Igreja. Aquando da leitura desta parte do livro pensei que íamos ficar a conhecer a verdadeira localização do Graal, uma vez que o autor falou com membros pertencentes ao Priorado do Sião, estes que provavelmente tem acesso a documentos que indicam a localização do Graal. Contudo no final do livro  ficámos com "um cheirinho" da localização do Graal, esta que muito provavelmente não está correcta, mas que satisfaz a curiosidade do leitor. Apercebi-me então que mesmo que o Priorado de Sião saiba a localização do Graal só os altos funcionários desta organização tem acesso a essa informação e só quando acharem conveniente é que a desvendarão. No entanto nesta história em que a realidade se confunde com a ficção, tudo é possível.



  •  A minha opinião sobre o livro...
 
Achei esta obra bastante interessante, avaliando-a com, por esta razão aconselho a sua leitura a todas as pessoas que gostam de uma história com mistério e acção.
Durante toda a obra o que mais me prendeu a atenção foi a intriga, pois a história do livro envolvia-me, sendo muito consistente. Devido ao constante suspense da história sentia necessidade de saber o que se ia passar a seguir e, por isso lia cada vez mais rápido.
 Todo o livro é bastante interessante e chamativo, contudo houve momentos que me marcaram por razões específicas. Um desses momentos foi quando Robert e Sophie foram ao banco de Zurique, aí descobriram que Jacques Saunière para além de ter deixado a chave da flor-de-lis, também lhes tinha dado o código para abrir um cofre. Aquando da abertura do cofre encontraram um criptex, uma caixa com uma espécie de quebra-cabeças que abre se for colocada a palavra certa no objecto. É nesta fase que a possibilidade de encontrar o Santo Graal se coloca. Outro dos momentos que mais me surpreendeu foi o final, pois nessa altura já pensava que a localização do Graal não seria desvendada, contudo Langdon acorda e lembra-se, tudo lhe vem à cabeça e descobre por fim que o Santo Graal se encontra por baixo da pequena pirâmide invertida, no Museu do Louvre.
A personagem que mais me marcou foi Leigh Teabing, uma vez que era um homem com ideias fixas e decidido a divulgar a verdadeira história de Jesus Cristo, segundo ele. Descobri com esta personagem que os investigadores fazem tudo para conseguirem divulgar aquilo que sabem, nem que com isso mude a vida de um grande número de pessoas, pois para eles a verdade tem de vir ao de cima. Por um lado concordo com esta visão, porque se eu despendi muito tempo a tentar descobrir algo, e finalmente consigo a minha vontade é divulgar a minha descoberta, informando desta forma as pessoas. Por outro lado, a verdade que está em jogo neste livro não é uma descoberta vulgar, podendo por em causa anos de História, por esta razão penso que a sua divulgação deve ser bem pensada.
Outro dos aspectos que gostei no Código Da Vinci foi a descrição feita pelo autor, esta é bastante pormenorizada, o que nos permite conhecer melhor os sítios em que as personagens se encontram, contudo penso que por vezes poderia ser incurtada.
Dan Brown usa uma característica bastante interessante neste livro, conta a história alternando entre diferentes personagens, ou seja num capítulo fala sobre Robert e Sophie e no próximo refere-se as acções de Silas. Esta característica prende-me à leitura, uma vez que mesmo que um capítulo não seja muito interessante lia-o para passar para o próximo, onde havia mais acção.
Após a leitura deste livro comecei a reflectir sobre o cristianismo, uma vez que muitas das suas bases poderão não ter um fundo totalmente verdadeiro, contudo como o que interessa são os valores que a Igreja tenta transmitir e não a razão da sua criação, se calhar a verdade deveria ficar oculta (tomando como certa a história de Brown).

  • Outros motivos de interesse... 
Durante todo o livro várias questões me foram surgindo: “Terá esta história um fundo de verdade?”, “Serão algumas bases da Igreja realmente verdadeiras?”, para as tentar responder tentava juntar toda a informação que tinha da Igreja e tentava separar a verdade da ficção, de maneira a perceber se neste livro é tudo ficção ou Dan Brown tinha realmente informação verdadeira sobre O Priorado de Sião e o Santo Graal.
Um dos motivos que mais me agradou nesta obra foi a sua capacidade de fornecer vários conhecimentos do Mundo, em especial geográficos e alguns artísticos. Como neste livro a descrição é bastante pormenorizada sinto que mesmo nunca tendo ido ao Museu do Louvre, conseguia localizar alguns quadros e algumas zonas, se lá fosse. Ao mesmo tempo fiquei a conhecer vários locais públicos tanto em França como em Inglaterra. Este livro dá-nos a conhecer várias teorias acerca do Santo Graal, umas mais católicas e outras menos, adquirimos então variados conhecimentos históricos. Por fim ficamos a conhecer melhor Leonardo Da Vinci e as suas obras, desenvolvendo os nossos conhecimentos artísticos e tomamos conhecimento da existência da Opus Dei e da sua função.
Neste livro está presente uma visão conspirativa tanto da Igreja como da Opus Dei, uma vez que vemos uma faceta da Igreja da qual não temos conhecimento, aquela mais secreta e com segredos que não são do conhecimento público, mesmo sendo estes ficção.
Antes de ler este livro tinha ouvido falar bastante nele e pensei que seria bastante relacionado com a religião e a criticála-ia constantemente, não é bem assim, sei que é verdade que o livro demostra algumas teorias sobre o Santo Graal, e algumas não correspondem à da Igreja, contudo não a critica, apenas mostra outra forma de ver o Graal.
Outras das características que me agradaram neste livro foram as temáticas, pois tudo o que envolve mistério, como os simbolos, a criptologia me fascina. Ao mesmo tempo sempre tive curiosidade sobre os segredos e mistérios religiosos, outro dos temas deste livro.   
Uma das partes por que mais ansiava era a descoberta da identidade do professor, durante a leitura do livro fui especulando sobre quem seria, e segundo as minhas teorias ou seria Fache ou Teabing, contudo durante a leitura acabei por excluir Fache mas também já não me sentia segura se seria Teabing. Quando a identidade do professor é realmente revelada apercebo-me que a minha escolha inicial estava certa era Teabing o professor, fé-lo pois era um investigador e queria fazer com que a verdade viesse ao de cima.
  • Contextualizações...

1.      Museu do Louvre:
O Museu do Louvre (Musée du Louvre), instalado no Palácio do Louvre, em Paris, é um dos maiores e mais famosos museus do mundo. Localiza-se no centro de Paris, entre o rio Sena e a Rue de Rivoli. O seu pátio central, ocupado agora pela pirâmide de vidro, encontra-se na linha central dos Champs-Élysées, e dá forma assim ao núcleo onde começa o Axe historique (Eixo histórico). É aqui se encontram as maiores obras de arte de Leonardo Da Vinci, artefactos egípcios, greco-romanos. O Louvre é gerido pelo estado francês e é o museu mais visitado do Mundo.
     
2.Priorado de Sião:
O Priorado de Sião (em francês:Prieuré de Sion) é, em si, um grupo de variadas sociedades tanto verídicas como falsas das quais se destaca uma sociedade fraternal francesa fundada em 1956 por Pierre Plantard.
Esta organização seria uma sociedade secreta fundada em Jerusalém no ano de 1099 e que jurara proteger um segredo acerca do Santo Graal, entendido por estes autores como uma hipotética descendência humana de Jesus Cristo.
Esta sociedade tornou-se assunto de controvérsia histórica e religiosa durante as décadas de 1960 e 1980. Durante o período de 1980 foi alegado pelo próprio Plantard que o Priorado não passava de uma conspiração com o objetivo de restaurar a monarquia francesa, porém muitos teólogos e historiadores persistem em crer que há um segredo sob o Santo Graal que envolve o Priorado.

3.      Santo Graal:
Santo Graal ou Santo Gral é uma expressão medieval que designa normalmente o cálice usado por Jesus Cristo na Última Ceia, e no qual José de Arimateia colheu o sangue de Jesus durante a crucificação.
Esta expressão está presente nas Lendas Arturianas, sendo o objetivo da busca dos Cavaleiros da Távola Redonda, pois é o único objeto com capacidade para devolver a paz ao reino de Arthur. No entanto, noutra interpretação, este designa a descendência de Jesus segundo a lenda, ligada à Dinastia Merovíngia. Nesta versão, o Santo Graal significaria Sangreal ou seja Sangue Real. Finalmente, também há uma interpretação em que ele é a representação do corpo de Maria Madalena, uma seguidora de Jesus.

       

   4.   Criptex:
Críptex é uma palavra criada por Dan Brown das palavras criptologia e códice (codex). No livro e filme O Código da Vinci este objecto é um cofre no formato de cilindro supostamente criado por Leonardo Da Vinci.
O Criptex tem uma forma cilíndrica, e a sua fechadura é feita por um conjunto de anéis com todas as letras do alfabeto gravadas para efetuar a senha e permitir a sua abertura. O objetivo de um críptex é esconder uma mensagem (ou informação) de tal forma que somente a entrada correta (a senha) é capaz de a revelar, abrindo o criptex. Qualquer tentativa de o abrir à força bruta, resulta na destruição imediata de seu conteúdo.
5.   Opus Dei:
A Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei (em latim Obra de Deus) é uma instituição hierárquica da Igreja Católica, uma prelazia pessoal (espécie de igreja particular), composta por leigos, casados, solteiros e sacerdotes. Tem como finalidade participar da missão evangelizadora da Igreja. Concretamente, o Opus Dei procura difundir a vida cristã no mundo, no trabalho e na família, a chamada universal à santidade e o valor santificador do trabalho quotidiano.



  • O Filme...  
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